O Dono da Cadeira

30/05/2019

A sucessão do fundador nas empresas familiares continua sendo um dos mais complexos processos de transição de um modelo centrado na figura do empreendedor para as boas práticas da governança.

Os exemplos de fracasso na sucessão dos fundadores tornam-se um ponto de descredito da transformação de empresas familiares para famílias empresariais através da governança corporativa.

A família havia passado por um processo de sucessão, levando o filho mais preparado para a posição do pai e fundador. O fundador foi promovido a presidência do conselho e na primeira reunião do conselho, ele chegou na empresa como de costume, as 7:00 da manhã, foi para sua sala que ocupara até recentemente e sentou na cadeira que sempre fora sua.

O filho, ao chegar para a reunião, encontrou o pai sentado na cadeira que ele ocupava como sucessor do fundador.

Esta simbologia, mostra que apesar da sucessão ter ocorrido na prática, a mentalidade do fundador era de que ele era o dono da cadeira.

Outro exemplo inusitado, ocorreu quando um grande grupo multinacional comprou uma empresa local, e depois de um ano contratou o ex-dono da empresa adquirida, como presidente da filial brasileira.

O executivo, trouxe mesa e cadeira de sua antiga empresa, assim como sua secretária, para a filial da multinacional.

O dono da cadeira, e da mesa também, precisa desapegar totalmente de sua criação e posse, se não o processo de sucessão será um fracasso.

A preparação emocional, é tão importante quanto a financeira, para que o criador consiga deixar a criatura seguir sua vida, sem a interferência do dono.

Afinal, você pode ser o dono da cadeira, mas ela ficará e você não viverá eternamente.

Pense nisso!