Missão Possível

13/10/2020
  • A medida que a ciência avança em seus conhecimentos sobre a vida como fenômeno comum à todas as espécies do mundo que habitamos, a medicina transpõe, expande, investiga, descobre e cria aplicações desse conhecimento à preservação da vida humana. A longevidade adquire novas métricas e uma expectativa de vida mais longa permite atualmente o encontro de cinco gerações convivendo em todos os ambientes da sociedade. A pimenta fica mais ardida se considerarmos que essas gerações – silent generation, baby boomers, generation X, millenials, generation Z – trazem visões de vida muito distintas, moldadas por propósitos fortemente relacionados a experiência pessoal e ao cenário do mundo em que se desenvolveram. E o que isso tem a ver com governança? Não é incomum no mundo corporativo vermos pessoas acima de 80 anos dividir responsabilidades com outras abaixo de 25 anos, especialmente quando tratamos de empresas familiares, o que faz do relacionamento entre gerações um dos fatores mais críticos no sucesso da governança corporativa e familiar. Segundo pesquisa realizada por John Ward - diretor do Centro de Famílias Empresárias da Kellogg School of Management dos Estados Unidos - 65% dos problemas de uma empresa familiar vem do relacionamento. Poderíamos acrescentar entretanto que esse tipo de problema independe do tipo de empresa. Cada vez mais, as boas práticas de governança corporativa e familiar devem incluir o lidar com as expectativas de cada geração. O ímpeto da juventude, quer físico, mental ou emocional, impulsiona a pessoa levantar-se após uma queda e recuperar-se após um fracasso para mais um avanço mais vigorosamente. Por seu lado, aqueles que mais avançam em idade cronológica, mais experientes, tendem a evitar as quedas e fracassos valendo-se do conhecimento e sabedoria adquiridos pelas lições aprendidas nas quedas e recomeços que já vivenciaram. Bons exemplos não faltam até mesmo no cinema. No filme O Estagiário ( The Intern), assistimos o personagem, que nos traz o ator Robert de Niro, na figura de um ex-executivo na faixa de 70 anos, que entediado pela monotonia da aposentadoria investe em uma a oportunidade de voltar ao trabalho, como estagiário em uma bem sucedida start-up de vendas on-line. Não vou contar o filme, assistam há ensinamentos alí. Podemos tomar muitos ensinamentos por muitos meios e formas quando verdadeiramente consideramos que ninguém faz nada sozinho, e que encontramos um vasto e rico aprendizado com diferenças, de idade, formação, cultura e experiência. Entretanto, o oposto ocorre ao cometermos o equívoco de levar à diversidade a separação entre as gerações. A diversidade tem o ápice na inclusão. A chance de criarmos esse ambiente está em nossas mãos, para tal precisamos desenvolver: Respeito, Amor próprio, Disciplina, Desapego, Humildade e Esforço. As oportunidades de relacionamento com os atributos acima permitirão a todos uma vida e um mundo melhor. Bem vindo a diversidade.